Astrologia Védica
Astrologia Védica x Outras Astrologias
Quando estudamos a História da Astrologia, podemos constatar que, de um modo ou de outro, todos os povos da Antiguidade utilizaram o céu como uma espécie de ‘relógio existencial’. Observar ritmos e ciclos de corpos celestes ajudou os primeiros seres humanos a erigirem ‘sistemas de orientação’ no tempo e no espaço, assim como, intuitivamente, a buscarem um sentido para suas próprias vidas, que tivesse identificação/correspondências com o restante do Universo.
Assim, não existe ‘uma’ astrologia só. Durante o desenvolvimento histórico dessa prática, vimos contribuições advindas de localidades diversas do globo, do Oriente e do Ocidente, de modo que, talvez, seja lícito falar na astrologia como um patrimônio do humano, como uma ferramenta cognitiva para a qual, de uma forma ou outra, as principais culturas da Antiguidade convergiram, a fim de mais produtivamente organizarem sua vida.
Não foi diferente com o povo hindu. Sabe-se que, antes de receber influências da astrologia babilônica (por volta de 509 a.C.), os hindus utilizavam uma astrologia prevalentemente lunar, dando especial importância para o que chamavam (e ainda chamam) mansões lunares, ou, em sua língua, nakshatras. Importante frisar que, de uma forma ou de outra, essas influências astrológicas entre culturas diversas resultaram, na verdade, em inter-influências, uma vez que conceitos e procedimentos de uma localidade eram agregados aos conceitos e procedimentos de outra, reciprocamente. Desse modo, a Antiguidade foi palco de uma ativa e fecunda troca de conceitos e técnicas astrológicas, originárias das mais diversas paragens, a fim de darem conta da organização do incipiente arroubo civilizatório dos homens...
A Astrologia Védica que se pratica hoje mantém o uso do zodíaco sideral, que foi o primeiro zodíaco utilizado pela astrologia (no período babilônico), o que não ocorre com a astrologia ocidental, que utiliza predominantemente o zodíaco tropical. Mas esta não é a única diferença importante entre esses dois ramos da astrologia - muito ao contrário. Astrologia Védica e Astrologia Ocidental (de base grega) descrevem facetas diversas do ser humano, e, portanto, não se substituem; antes, se complementam.
'Leitura' da alma
Leitura da alma - A astrologia védica fala da nossa alma, e de seu destino, num nível mais espiritual/energético do que mundano. É a astrologia ocidental que se ocupa dos comportamentos e atitudes no mundo concreto - deixemos, pois, essa tarefa para ela.
Dentro de nós há impulsos vitais que possuem um formato arquetípico. Todos somos constituidos pelos mesmos genes humanos - o que nos diferencia é o modo como esses genes estão arranjados dentro de cada um de nós. Nosso ‘arranjo’ particular de genes, ou impulsos vitais, pré-seleciona nosso destino. Mapas nos falam simbolicamente desse arranjo, e, portanto, nos ajudam a compreender um pouco de nosso destino. ‘Destino’ é uma direção, =um ‘para onde vou’ e ‘de onde vim’.
Temas fundamentais estudados num mapa védico
- Dharma - os recursos individuais para lidar com a vida.
- Artha - o modo como lidamos com a nossa sobrevivência material no mundo.
- Kama (desejo) - o modo como interagimos com o mundo humano para satisfazermos nossas necessidades existenciais.
- Moksha - o modo como trabalhamos nossas dependências, nossos condicionamentos familiares, nossa necessidade de nos desapegarmos de crenças limitantes...
Artha, Kama e Moksha são de natureza karmática, ou seja, compõem o karma individual, e implicam tarefas no nosso destino. Dependendo de como nosso padrão energético (nossa alma) está estruturado, algumas dessas tarefas mostrar-se-ão mais fáceis do que outras - o que nos instigará a aprender e cunhar novas 'ferramentas' existenciais (=transformar karma em dharma), no caminho de nossa evolução.